Uma rápida expansão em combustíveis de aviação sustentáveis de biocombustíveis é mais fácil falar do que fazer. Poderia exigir até 1,2 milhão de milhas quadradas (300 milhões de hectares) de terras dedicadas ao cultivo para se transformar em combustível – aproximadamente 19% das terras agrícolas globais hoje.
Outro desafio é o custo. O preço médio global do combustível fóssil para aviação é de cerca de US$ 3 por galão (US$ 0,80 por litro), enquanto o custo para produzir biocombustíveis para aviação costuma ser o dobro. O mais barato, o Hefa, que usa gorduras, óleos e graxas, custa entre US$ 2,95 e US$8,67 por galão (US$ 0,78 a US$ 2,29 por litro), mas depende da disponibilidade de óleo usado.
Os biocombustíveis Fischer-Tropsch, produzidos por uma reação química que converte monóxido de carbono e hidrogênio em hidrocarbonetos líquidos, variam de US$ 3,79 a US$ 8,71 por galão (US$ 1 a US$ 2,30 por litro). E os combustíveis sintéticos custam de US$ 4,92 a US$17,79 por galão (US$1,30 a US$4,70 por litro).
Realisticamente, alcançar emissões líquidas zero provavelmente também dependerá da remoção de dióxido de carbono.
Em um futuro com uso aéreo semelhante ao de hoje, até 3,4 gigatoneladas de dióxido de carbono teriam que ser capturados do ar e armazenados – bombeados para o subsolo, por exemplo – para que a aviação chegasse a zero. Isso pode custar trilhões de dólares.
Para que essas compensações sejam efetivas, a remoção de carbono também teria que seguir um critério de elegibilidade robusto e ser efetivamente permanente. Isso não está acontecendo atualmente em programas de compensação de companhias aéreas: elas estão comprando compensações não permanentes baratas, como aquelas que envolvem projetos de manejo e conservação florestal.

Algumas ressalvas se aplicam às nossas descobertas, o que pode aumentar ainda mais a necessidade de compensações.
Nossa avaliação assume que os combustíveis de aviação sustentáveis são emissões líquidas de carbono zero. No entanto, as matérias-primas para esses combustíveis atualmente têm emissões de ciclo de vida, inclusive de fertilizantes, agricultura e transporte. Atualmente, a organização American Society for Testing Materials também tem um limite máximo de mistura: até 50% de combustíveis sustentáveis podem ser misturados a combustível convencional para aviação nos Estados Unidos, embora as companhias aéreas estejam testando 100% de misturas na Europa.